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quando o frio da manhã me arrepiou a pele,
as pálpebras rasgaram-se à verdade do dia!
tinha restos de tinta colados aos dedos
e as palavras tinham escapado
na inércia silenciosa com que adormecera a razão.
fiapos de velas brancas eram, no abandono do chão,
rotas de mares desconhecidos,
ventos em fúria e paraísos por inventar.
-arca secreta de sonhos por viver!
que, antes de ser estilhaço abandonado,
se fez pauta escrita na música do silêncio
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