para que as aves não esqueçam o voo... e as árvores não deixem de anunciar a primavera...

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quinta-feira, 28 de maio de 2009


digo o teu nome baixinho

como se fosse uma prece ou uma oração

arrasto-o. letra a letra. até lhe sentir o gosto nos lábios.

até o colar na minha língua.

solto os dedos

na dança lenta em que percorro e descubro os caminhos do teu corpo.

memorizo-os. bebo-os em pequenos goles de lava e espuma.

e, enquanto

demoras as tuas mãos na minha pele

devoro a fome.calo o grito

que me arde na garganta em sede e chama.


deixa que da febre solta nasçam lírios

vestidos de veludo, mosto e sangue.



**

sábado, 23 de maio de 2009

segunda-feira, 18 de maio de 2009

* é de água
---------------------o abraço que lambe as escarpas e o vento

de fogo
---------------------o anel que te prende ao peito
e no ângulo onde
---------------------o fim e o principio se completam

o ventre solta o grito.
---------------------é sal. seiva.mosto e mel.


escorre em oferenda
----------------------a lava incandescente

fertiliza. tinge a terra em manto verde.

e na vertigem da pele que estremece
----------------------a seda se faz chama.
---------------e da rocha irrompe uma nascente.
*
*



terça-feira, 12 de maio de 2009








O Sitio Onde Nasci





tinha sempre um voo de asas nos telhados.





diante de cada olhar, voavam gaivotas e pombos



abriam-se mãos sorridentes, ao amarelo do milho, oferecido carinhosamente.



e pequenos pés corriam, no sonho de apanhar a liberdade...





todos os dias, um som de acordeão, embalava o sossego das tardes. deixava nos ouvidos o choro de histórias tristes, amores perdidos ou desencontrados.





martelavam a compasso tacões apressados!





os policias, pontuavam as esquinas e farejavam atentos, os gestos e as palavras,



prontos a calar o que se erguesse além do conveniente.





volta e meia, havia bêbedos que faziam discursos sentidos, aos que passavam.



mímica desequilibrada que fazia o alvoroço da criançada, sempre atenta aos gestos dos adultos, na ânsia de encontrar alguma coisa que aproximasse os dois mundos.





à noite, aqui e além, surgiam mulheres de cores garridas e passo vagaroso de espera.





no sitio onde eu nasci, havia cravos e sardinheiras nas janelas e as andorinhas chegavam, pontualmente, todas as primaveras






*

quarta-feira, 6 de maio de 2009








Um dia li




aberto o livro rasga o silêncio


primeira pedra.semente.água.


estremece a terra.




livre a palavra abre no branco o seu caminho.


torna-se garra.torna-se amarra.asa. paisagem.


estrela. sorriso.


traça a história. fala nos olhos de quem a lê.




faz-se memória.




a mais loura... cidade. em água verde.


cidade luz.


irrompe ardente como um vulcão.


cai em lava. arrasta a alma. o pensamento.


faz-se PAIXÃO



( alguém que continua a acreditar em mim )

*

sexta-feira, 1 de maio de 2009





Maio de dias compridos. noites apressadas


____________________________de suores intensos e terra salgada


em que o trigo é pranto e as papoilas sangue


____________________________o protesto é grito e o medo grades


desespero mudo de carne , de pão

_________________
e botas de susto


_______________________________Maio de mãos enlaçadas


______________ventre da terra. Força. Liberdade.

*
*


Chove no país das fadas...

e até as árvores se esqueceram de anunciar a primavera!...


Acerca de mim

A minha foto
procura de um sentido... .-.-.-.-.-.-.-.-.-.-. "em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos" --A. Saint-Exupéry--