
numa praia minguada de água
secara-lhe a cor. a textura. a forma.
estilhaço inútil. sobra sem sentido...
soltei a areia. o sal.
alisei as dobras. as mágoas.
com tempo de vagar e cuidado
em filigrana de ouro fino fiz um laço.
deixei-o preso nos teus sonhos...
quando acordaste
o mar saía de mansinho da tua cama de seda
na renda que o vestia
pequenas estrelas de luz verde cintilavam.
***