
o silêncio cristaliza a palavra.
desce as pálpebras à noite e desafia o infinito.
voo incandescente. dança rítmica, humosa e livre.
labareda de fogo ou fio de água, a lamber a terra e o barro.
barómetro invisível dos sentidos.
artérias abertas
em ruas de passos afoitos, entre sombras e enigmas.
indecifrável tempo. em que olhares amarrotados e perdidos,
entre vestes coçadas e minguadas, esbarram ainda, nas espigas do sonho.
é então, que a melodia se solta. entre cordas e dedos. flutuam num compasso perfeito.
acordes que despertam o sono da terra e os lábios dos pássaros alucinados de verde e mar.transfiguram a luz do amanhecer num cais de cambraia e prata.
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